A organização matricial da Universidade de Aveiro

Gostaríamos de agradecer a todos os que participaram na mesa redonda dedicada à discussão sobre a estrutura matricial da Universidade de Aveiro. A vossa presença, os vossos contributos e a escuta ativa foram fundamentais para enriquecer a discussão. Agradecemos igualmente a quem manifestou interesse, mas, por diversos motivos, não pôde estar presente. Após a interrupção das férias, iremos dinamizar novas ações para que se juntem a este espaço de reflexão e construção coletiva, de e para todos os membros da UA.

Durante a sessão, abordámos as (des)vantagens, desafios e oportunidades da atual estrutura matricial da UA, numa perspetiva histórica. Aqui ficam alguns dos principais pontos discutidos:

  • Integração dos subsistemas universitário e politécnico: Foram discutidas as perceções externas, as regras diferenciadas para a docência, o papel crescente da investigação nos politécnicos, a excessiva aproximação entre as missões dos dois subsistemas, barreiras legais e culturais, entre outros aspetos relevantes.
  • Participação e representação: A reorganização dos órgãos de governança reduziu a participação direta da comunidade académica, criando filtros entre a “base” e a reitoria. A criação de níveis intermédios de governança (ex. faculdades) não foi, no entanto, defendida como solução; uma das propostas poderia passar pela criação de estruturas de contratação e gestão de recursos humanos e/ou de projetos e prestações de serviço, nas unidades orgânicas de maior dimensão da UA (sendo necessário aprofundar a discussão sobre a delegação de competências, o modelo e que critérios para definir quais UOs poderiam beneficiar de tal gestão descentralizada).
  • Adicionalmente, saudou-se a sugestão de que os representantes do Conselho Científico e do Conselho Pedagógico fossem membros com assento nas Comissões Científicas e Pedagógicas de cada Unidade Orgânica (UO), para que se sintam realmente capacitados e conscientes das necessidades das respetivas UOs.
  • Escala e coordenação: A estrutura matricial, embora dinâmica, enfrenta desafios de escala e requer uma coordenação mais eficaz por parte da reitoria, o que se tem revelado cada vez mais desafiador com o crescimento e complexidade da UA. A sobreposição de papéis e a necessidade de clarificar funções e articulações das unidades de investigação vs. unidades orgânicas também foi discutida.
  • Cultura universitária: A necessidade de envolver as pessoas, criar fóruns abertos a toda a comunidade para auscultar e discutir assuntos diversos e reforçar o sentimento de pertença e a visão coletiva da UA como um todo, e de evitar entropias causadas por estruturas paralelas ou desarticuladas.

A riqueza da discussão deixou claro que este é apenas o início de um processo mais amplo de reflexão partilhada. Nesse sentido, propomos já um segundo encontro aberto à comunidade, no dia 24 de setembro, pelas 15h30, (local a definir) focado na: “Gestão centralizada: desafios e oportunidades para o crescimento sustentável da UA.”

Este será um espaço para aprofundar os efeitos da escala na eficiência da gestão, na autonomia das unidades e na capacidade de inovação da universidade. Se tiverem interesse em participar como oradores ou moderadores nesta próxima sessão, agradecemos desde já que nos façam chegar a vossa disponibilidade.

Contamos convosco para continuar a construir a Universidade de Aveiro do futuro!